Em vídeo divulgado nas redes sociais, o vereador Cleverson Pedro Sousa de Jesus, o Sababa Filho, do PCdoB, de Cândido Mendes, que ficou nacionalmente conhecido após jogar cerca de R$ 250 mil da janela da Câmara de vereadores do município, apontou o ex-candidato a prefeito de Turiaçu, Adson Manoel, do PL, como o negociador, o homem que seria ligado ao prefeito Facinho, também do PL, responsável pela entrega do dinheiro ao parlamentar.
Segundo Sababa Filho, Adson Manoel teria entregado o dinheiro a ele e ainda participado da sessão da Câmara de vereadores, no intuito de garantir que o vereador iria renunciar. Em vídeo, o vereador comprovou a presença de Adson Manoel no plenário, porém, o vereador, ao invés de renunciar, como teria sido feito o acordo, rasgou a carta de renúncia e decidiu jogar o dinheiro para a população.
“Adson Manoel insistiu que só entregaria o dinheiro quando eu subisse para a câmara. Então, no dia 4 pela manhã, ele foi à minha residência me buscar. Ao chegar lá, desceu do carro em que estava, com a mochila contendo o dinheiro, e entrou no meu carro. Meus familiares estavam todos presentes e testemunharam esse momento em que ele entrou no meu carro. Nós seguimos em direção à porta da Câmara, onde ele finalmente me entregou o dinheiro. Confesso que não conferi o valor naquele momento, pois não tive tempo para fazer. Supostamente, na mochila, havia 250 mil reais, valor que correspondia ao projeto do acordo. Após entrar na Câmara, ele permaneceu lá enquanto eu me dirigi ao plenário. Ao me afastar dele, retornei ao carro, peguei a mochila com o dinheiro e chamei dois policiais militares para me acompanhar. Eles me perguntaram o que havia na mochila, e eu expliquei que era o dinheiro que o prefeito havia acabado de me oferecer para que eu renunciasse ao meu mandato. Ao chegar no plenário, solicitei a palavra ao presidente e, com a documentação da renúncia em mãos, rasguei-a e tomei aquela atitude”, disse Sababa Filho.
O empresário Adson Manoel Silva Oliveira, mais conhecido como Adson Manoel, é ligado ao deputado federal Josimar de Maranhãozinho, do PL. Ele teria sido o principal alvo da Operação Deterrimus, realizada no início do ano pela Polícia Federal. Durante a operação, Adson Manoel chegou a ser preso durante a busca e apreensão realizada pela PF em sua residência no bairro do Araçagy, em São José de Ribamar. Segundo apurou a Folha do Maranhão, a prisão não seria relacionada à investigação de fraudes em licitação, e sim, devido a uma arma que foi encontrada em sua residência.
Ainda de acordo com informações, a arma, um revólver calibre 38 especial, da marca Rossi, com 06 munições intactas, foi encontrada em uma das gavetas do closet dele e da esposa. Além disso, a PF achou diversos fragmentos de objetos aparentando ser ouro em estado bruto ou derretido.
Com base na arma e objetos achados, a PF conduziu o empresário até a superintendência do órgão, onde o mesmo foi preso em flagrante pelos crimes contra ordem econômica e meio ambiente, além do porte ilegal de arma, sendo conduzido posteriormente ao Presídio de Pedrinhas.
Apesar do empresário ter sido cadastrado na base de dados do sistema prisional do Maranhão, Adson Manoel pagou fiança e foi posto em liberdade.
Adson Manoel Silva Oliveira é natural de Turiaçu. Em 2020, com o apoio de Josimar de Maranhãozinho, foi candidato a prefeito do município. Durante a campanha, recebeu R$ 100 mil do Fundo Especial de Financiamento de Campanha do Partido Liberal (PL), no qual é filiado. Apesar de toda estrutura a seu favor, ficou em segundo lugar, perdendo para Edésio Cavalcanti, atual prefeito do município.
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