A maior parte dos 102 veículos roubados ou furtados que foram recuperados pela Polícia Rodoviária Federal no Maranhão chegaram a ser regularizados mediante fraude no Detran e vinham circulando normalmente em 27 municípios do estado. A descoberta foi feita durante a Operação Hircus, cuja terceira fase foi encerrada neste fim de semana. Agora a Polícia Civil loca, parceira na ação, deve seguir com as investigações.
Na primeira fase, realizada no mês de outubro, a PRF verificou quais cidades tinham deficiência de fiscalização de veículos em circulação, para realizar, nos três primeiros dias de dezembro, a etapa mais ostensiva da operação. Nesse período, a PRF realizou barreiras e abordagens, descobrindo 87 caminhonetes, motocicletas e carros com adulteração em seus elementos identificadores, como placas, lacres e numerações de chassi. Setenta e sete pessoas foram levadas às delegacias da Polícia Civil, a maioria por receptação de veículo roubado ou furtado.
A partir daí a PRF descobriu que a maioria dos veículos recuperados foram ‘esquentados’ em unidades do Detran – Departamento Estadual de Trânsito – e em unidades descentralizadas do interior do estado, chamadas de Ciretrans, e em parceria com a PC do Maranhão localizou mais 15 veículos adulterados após serem roubados ou furtados. Os investigadores do estado devem seguir apurando a situação. Durante a operação, os policiais também apreenderam três armadas de fogo.
Histórico
A primeira edição da operação Hircus aconteceu no ano de 2013, no estado do Piauí. A segunda foi realizada entre o sul do Piauí e o norte do estado da Bahia, no ano de 2014.
A última grande operação com a temática de enfrentamento às fraudes veiculares realizada pela PRF foi no estado do Maranhão – a Operação Jamnapari ocorreu no início do mês de dezembro de 2015 e recuperou um total de 71 veículos, alvos de roubo e furto ou com sinais de adulteração.
As apreensões deram à PRF condições de elaborar um mapa da procedência e origem dos veículos de irregulares destinados ao Maranhão, como Ceará, Bahia, Goiás, São Paulo e Distrito Federal, além dos vizinhos Pará, Piauí e Tocantins, Também foi possível mapear os municípios de destino dos veículos dentro do Maranhão.
Entre os veículos mais visados pelas quadrilhas estão utilitários e motocicletas, este últimos pela facilidade na subtração, destinação e comercialização. A Hircus III foi realizada pela Superintendência Regional no Maranhão, a Coordenação Geral de Operações (CGO), o Comando de Operações Especializadas (COE) e o Grupo de Enfrentamento às Fraudes Veiculares (Gefrav). A Polícia Civil disponibilizou delegacias para operacionalizar o grande volume de ocorrências decorrentes da Operação.
O nome da operação diz respeito à uma variedade de caprinos muito presente na região nordeste do Brasil. Na linguagem policial, o “cabrito” é um veículo de procedência ruim: roubado, furtado ou adulterado.
Foram atendidos pela Operação Hircus III os municípios de São Luís, Santo Amaro, Barreirinhas, Paulino Neves, Tutóia, Araioses, São Bernardo, Brejo, Anapurus, Urbano Santos, São Benedito do Rio Preto, Chapadinha, Santa Inês, Arame, Grajaú, Gonçalves Dias, Barra do Corda, Santa Luzia do Paruá, Araguanã, Nova Olinda, São João do Caru e Zé Doca.
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