A candidata à Prefeitura de Imperatriz, Mariana Carvalho, do Republicanos, apresentou uma representação à Procuradoria-Geral da República contra o deputado federal e presidente estadual do Republicanos no Maranhão, Aluísio Mendes, por violência política de gênero. O caso está relacionado a declarações feitas pelo parlamentar às vésperas do segundo turno das eleições municipais de 2024, que Mariana classificou como caluniosas e difamatórias, com o objetivo de prejudicar sua campanha.
Na ocasião, Aluísio Mendes acusou Mariana Carvalho de “falta de caráter” e de estar “abraçada com uma organização criminosa”, referindo-se a uma aliança política da candidata com o grupo liderado pelo deputado Josimar de Maranhãozinho (PL). Aluísio Mendes também pediu explicitamente que os eleitores de Imperatriz não votassem em Mariana, apesar de ambos serem do mesmo partido.
As declarações ocorreram dois dias antes da votação, na reta final da disputa eleitoral. Mendes justificou seu afastamento da campanha de Mariana alegando questões éticas e políticas. No entanto, segundo a candidata, o objetivo real era desestabilizar sua candidatura e enfraquecer sua imagem junto ao eleitorado.
O Movimento Nacional de Mulheres Republicanas repudiou as declarações de Aluísio Mendes, destacando que Mariana Carvalho liderava um projeto político coletivo respaldado pela direção nacional do partido. Além disso, lideranças políticas locais e nacionais saíram em defesa de Mariana, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro, que gravou um vídeo de apoio, e membros do grupo político de Josimar de Maranhãozinho.
Apesar disso, Mariana enfrentou dificuldades para sustentar sua campanha em meio à polêmica, especialmente após ser destituída, sem aviso prévio, do cargo de segunda vice-presidente estadual do Republicanos, apenas cinco dias antes do segundo turno.
Na representação, Mariana Carvalho argumenta que as ações de Aluísio Mendes configuram violência política de gênero, prevista no Código Eleitoral, que tipifica como crime qualquer ato que assedie, constranja ou humilhe uma mulher candidata, utilizando menosprezo à sua condição de gênero para dificultar sua campanha.
Entre os atos apontados como exemplos de violência política estão ataques públicos à honra e à reputação de Mariana, imputação de práticas criminosas sem provas, exclusão arbitrária da candidata de cargos no partido e tentativa deliberada de impedir a eleição da primeira mulher prefeita de Imperatriz.
A candidata solicitou à Procuradoria-Geral da República que investigue a conduta de Aluísio Mendes sob a perspectiva de violência política de gênero, abuso de poder partidário e possível crime eleitoral. Ela também pediu que o caso seja analisado à luz de tratados internacionais, como a Convenção de Belém do Pará, que protege os direitos políticos das mulheres.
Mariana destaca que as ações de Mendes tiveram impacto significativo em sua campanha, prejudicando o debate democrático e a escolha livre dos eleitores. Ela pede ainda que o Ministério Público Eleitoral avalie a possibilidade de medidas legais relacionadas à integridade do processo eleitoral.
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