Uma Ação de Investigação Judicial Eleitoral protocolada no Tribunal Regional Eleitoral do Maranhão (TRE-MA) aponta um suposto esquema de compra de votos, abuso de poder econômico e uso indevido da Polícia Militar por parte do prefeito eleito de Carolina/MA, Jayme Fonseca, do PSDB, e sua equipe de campanha. A denúncia revela uma série de indícios graves de irregularidades durante o processo eleitoral, incluindo pagamentos em dinheiro e utilização indevida de recursos públicos para garantir votos e intimidar eleitores.
De acordo com a denúncia, a equipe de Jayme Fonseca teria utilizado a Pousada Pipes, pertencente ao tio do candidato, Pedro Irã, como centro de operações para negociações de votos. A AIJE cita depoimentos e registros de que eleitores eram instruídos a comparecer ao local para receber dinheiro em troca de apoio político. Diversas fotos, vídeos e áudios anexados à ação mostram cabos eleitorais e o próprio candidato supostamente entregando dinheiro e outros benefícios aos eleitores. Segundo a denúncia, os valores variavam de acordo com a proximidade da eleição e com o nível de influência dos eleitores aliciados.
A ação judicial detalha ainda a prática de transferências bancárias via PIX, realizadas por cabos eleitorais de confiança de Jayme Fonseca, como Geciel Moura e Clovis Busaglo Neto. Documentos comprovam que eleitores receberam quantias específicas em suas contas bancárias para garantir apoio ao candidato. Em um dos casos citados, o coordenador de campanha Clésio Caruaru foi flagrado oferecendo R$ 3.000 a um eleitor para tirar uma foto com o candidato, além de pagamentos adicionais em espécie.
Além das suspeitas de compra de votos, a denúncia relata a utilização de um policial militar em plena campanha de Jayme Fonseca. Roberto Ladeira de Lima, lotado no 4º Batalhão, teria atuado como segurança privada para a campanha, utilizando armamento do Estado sem autorização oficial. Em determinado momento, o policial foi registrado ameaçando cabos eleitorais da oposição com arma em punho, em uma tentativa de intimidar apoiadores da coligação adversária.
A coligação autora da ação requer a anulação do resultado das eleições e a responsabilização criminal dos envolvidos, pedindo ainda a quebra do sigilo bancário dos principais suspeitos para aprofundar a investigação. A Polícia Federal já está investigando o caso, que pode resultar na cassação do mandato de Jayme Fonseca e na realização de novas eleições em Carolina.
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