O deputado federal Pastor Gil (PL-MA) tem chamado atenção pelos elevados gastos com serviços gráficos custeados pela cota parlamentar, benefício pago pela Câmara dos Deputados para custear despesas do exercício do mandato. Desde 2020, o parlamentar já destinou cerca de R$ 800 mil para a Gráfica e Editora Shalom Ltda, localizada na Rua Fortaleza, no bairro Goiabal, em São Luís.
Os dados são públicos e constam no portal da transparência da Câmara Federal. Os registros mostram que, ao longo dos últimos anos, o deputado tem mantido uma relação constante com a empresa, que também prestou serviços durante suas campanhas eleitorais.
Somente em 2024, foram R$ 135.300,00. Só em julho foram R$ 33.800,00 para a impressão de 13 mil unidades. Já em dezembro, o gasto saltou para R$ 101.500,00, com a produção de 35 mil materiais, divididos em dois pedidos — um de 18 mil e outro de 17 mil impressões.
No ano anterior, 2023, os valores também foram expressivos. Em abril, foram pagos R$ 63 mil para 25 mil impressões. Nos meses seguintes, os custos se mantiveram elevados: R$ 74.240,00 em agosto (29 mil impressões), R$ 84 mil em setembro (25 mil), R$ 73.800,00 em novembro (30 mil) e R$ 24.400,00 em dezembro (9.400 impressões).
Em 2022, os pagamentos somaram R$ 170.100,00, com destaque para junho, quando a gráfica recebeu R$ 62.500,00 por apenas 50 impressões — valor que, pelo volume registrado, levanta questionamentos sobre o tipo de material contratado. Em novembro e dezembro daquele ano, foram mais R$ 73.800,00 (30 mil impressões) e R$ 33.800,00 (14 mil), respectivamente.
O mesmo padrão se repete em anos anteriores. Em 2021, foram destinados R$ 140 mil, distribuídos entre agosto (R$ 40 mil, 40 mil impressões), outubro (R$ 40 mil, 40 mil) e dezembro (R$ 60 mil, 60 mil). Já em 2020, um único contrato de R$ 30 mil, em outubro, para 40 mil impressões.
A ligação do deputado com a Gráfica e Editora Shalom Ltda não se restringe ao exercício do mandato. Durante a campanha de 2018, quando foi eleito deputado federal, a empresa foi contratada por R$ 43.400,00 para a produção de materiais gráficos. Em 2022, ano em que conseguiu a sua reeleição, a mesma gráfica também esteve entre os fornecedores da campanha, com contratos que totalizaram R$ 310.235,00.
A cota parlamentar é um recurso legal, utilizado para custear despesas vinculadas ao mandato, como passagens aéreas, aluguel de escritório, consultorias, combustíveis e materiais gráficos. No entanto, o uso recorrente de valores expressivos para um único fornecedor, especialmente no setor gráfico, gera questionamentos sobre a sua legalidade.
A Folha do Maranhão não conseguiu contato com o deputado Pastor Gil.
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