“Como advogado há 50 anos, eu fico indignado com uma decisão dessas. Uma decisão totalmente abusiva”, disse o tio
O advogado José Demito, tio de João Felipe M. Demito, surpreendeu ao se manifestar publicamente contra a decisão da Justiça do Maranhão que concedeu a guarda compartilhada da pequena Aurora, de apenas dois anos e oito meses, estabelecendo a residência habitual da criança com o pai. Em um vídeo que circula nas redes sociais, José Demito condena a decisão judicial e expressa apoio irrestrito à mãe da criança, a engenheira eletricista Paula Thereza Portela Gewehr.
“Como advogado há 50 anos, eu fico indignado com uma decisão dessas. Uma decisão totalmente abusiva”, afirmou Demito. Mesmo sendo tio do genitor da criança, ele não hesitou em expor sua posição, ressaltando que sua família jamais aceitaria essa situação. “Se meus pais estivessem vivos, eles iriam abominar essa ideia”, declarou.
O advogado também demonstrou preocupação com a forma como o caso está sendo conduzido pela Justiça e sugeriu a possibilidade de irregularidades na decisão. “Eu acredito que houve coisa duvidosa. Se a Polícia Federal apurar, vai descobrir coisas degradantes da nossa Justiça”, disse, colocando-se à disposição para intermediar uma solução justa para o caso. “Corrigir essa aberração do Tribunal do Maranhão é fundamental.”
ENTENDA O CASO
O caso Aurora ganhou repercussão nacional após uma decisão judicial controversa do Maranhão, que concedeu a guarda compartilhada da criança com residência habitual com o pai, contrariando um parecer favorável do Ministério Público à permanência da menina com a mãe. A decisão tem gerado revolta e levanta suspeitas de influência política e econômica no processo.
Paula Thereza Portela Gewehr, mãe da criança, trava uma batalha judicial para manter a guarda da filha. Ela denuncia que sofreu violência doméstica durante o relacionamento com João Felipe M. Demito, incluindo abusos psicológicos e controle excessivo. Paula também relata que sua medida protetiva foi arquivada sob possível influência de desembargadores em São Luís (MA).
O Ministério Público do Maranhão, por meio da 8ª Procuradoria de Justiça Cível, emitiu um parecer favorável à mãe, destacando que a residência com a genitora é essencial para o bem-estar da criança, especialmente por ainda estar em fase de amamentação. Mesmo assim, um juiz de Balsas (MA) concedeu a guarda ao pai, restringindo o contato da mãe a chamadas telefônicas e visitas presenciais apenas nas férias escolares de julho.
O caso tem levantado questionamentos sobre possível interferência política. João Felipe M. Demito é filho do ex-prefeito de Balsas, Jonas Demiro, e uma de suas advogadas é esposa do presidente do Tribunal de Justiça do Maranhão. Paula teme que essa influência possa comprometer suas chances de recuperar a guarda da filha. “Isso dá um peso enorme para os desembargadores, e eu posso perder minha filha para sempre”, desabafa.
Veja o vídeo
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