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Braide evita confronto com empresários de ônibus e usa aplicativos como paliativo

Em mais uma demonstração de fuga dos problemas estruturais do transporte público de São Luís, o prefeito Eduardo Braide (PSD) anunciou uma solução paliativa para a greve dos rodoviários: pagar corridas por aplicativo à população enquanto durar a paralisação. A medida soa mais como uma estratégia eleitoreira do que como um plano efetivo para resolver a crise histórica do setor.

O prefeito evitou enfrentar os grandes problemas que assolam o transporte coletivo da cidade. Em quatro anos de mandato, Braide não realizou nenhuma intervenção nas empresas de ônibus, tampouco abriu nova licitação para substituir as concessionárias que prestam um serviço cada vez mais precário. Agora, diante de mais uma greve, a solução apresentada é driblar o problema e despejar dinheiro público em uma alternativa temporária.

O próprio prefeito admite que a greve não é dos trabalhadores, mas sim dos empresários, que exigem uma tarifa de R$ 7,00 para manter os ônibus circulando. Isso confirma que a Prefeitura nunca teve controle sobre o sistema e que os interesses das empresas prevaleceram sobre o direito da população a um transporte público de qualidade.

Somente no último ano, a gestão Braide repassou R$ 89 milhões em subsídios às empresas, sem que houvesse qualquer melhora nos serviços. O transporte continua sucateado, com frota insuficiente, longas esperas e constantes paralisações. Agora, em vez de impor medidas mais rígidas contra os empresários que chantageiam a cidade, Braide propõe usar os recursos que seriam destinados ao sistema para bancar aplicativos de transporte temporariamente.

O prefeito anunciou o envio de um projeto de lei para autorizar o pagamento das corridas por aplicativo. Porém, se aprovado, o problema da mobilidade urbana não será resolvido, apenas maquiado até o fim da greve. Quando os ônibus voltarem a circular, o caos persistirá e os mesmos empresários continuarão no controle do serviço, perpetuando a precariedade.

A medida é claramente uma jogada política para se esquivar da pressão popular e sustentar a narrativa de que está ao lado do povo.

Enquanto Braide vende soluções temporárias como avanço, a população de São Luís segue refém de um sistema falido e de uma gestão que, em vez de encarar os problemas de frente, aposta em medidas eleitoreiras que não atacam a raiz do problema.

Com um histórico de embates entre o Legislativo e o Executivo, a Câmara de São Luís deverá ser contra o projeto de lei proposto por Braide, não por brigas políticas, mas por um simples motivo: ele não resolve o problema do transporte público da cidade.

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